quarta-feira, 7 de agosto de 2024

PODER DA CALÚNIA

 

 

Vicejante na condição humana,

Para qualquer lado se promana,

Na arte mesclada com maldade,

Para ferir na perversa frialdade.

 

Detona-se culpado por fracasso,

E cria-se consternado embaraço,

Para denegrir ascendentes rivais,

Com desmerecimentos especiais.

 

Acusação injusta de ato obscuro,

Enseja argumento do mais seguro,

Para destruir uma imagem alheia,

E irradiar uma auto-imagem cheia.

 

Solta a demonização do adversário,

Admite-se qualquer juízo temerário,

Desde que seja favorável à ambição,

E sem algum obstáculo de proibição.

 

Assim, aponta-se para possível paz,

E se faz guerra cruel pelo que apraz,

Com jogo sujo para alcançar poder,

E criminalizar quem quer ascender.

 

Sob argumentação para liberdade,

A pratica da ampla arbitrariedade,

Vira direito para uma luta injuriosa,

Com vistas à consagração gloriosa.

 

Dissolve-se a regra e lei para reinar,

E fechada a porta para não aglutinar,

Discrimina-se concorrente perdedor,

Sem valorizar o seu genuíno pendor.

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