Uma cruel e perversa ideologia,
Enche nossa cabeça noite e dia:
A felicidade vem da economia,
A desenvolver-se na isonomia.
Olhar fito sobre bens da Terra,
Desperta a ambição que berra,
Para ampliar saque à natureza,
E cumular-se de farta riqueza.
Humano feito veneno danoso,
Metido a destruidor perigoso,
É atentado contra própria vida,
No desrespeita a Terra querida.
Faz-se dono, sendo parte dela,
E mata mundos sob falsa trela,
Que atingem o seu organismo,
Ferindo-o com sádico cinismo.
Esquece que é parte da terra,
E mera condição que encerra,
A sagrada condição simbiótica,
Na vasta macro e micro-biótica.
Não capta o mundo circundante,
E nem se sente dele participante,
Pois alienado do que o deixa vivo,
Mata-se no procedimento reativo.
No direito de propriedade privada,
Faz com ela o que bem lhe agrada,
E esquece que ao matar sistemas,
Cria para si incontáveis problemas.
Estimulado para o economicismo,
Deste desenfreado destrutivismo,
Atenta contra a sagrada condição,
De fazer parte de vasta interação.
Se não é dono, mas apenas parte,
Deve alargar com desvelo e arte,
Uma convivência multisistêmica,
Para evitar propensão endêmica.
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