A fumaça tóxica de fumantes,
Ainda vai agredindo andantes,
Mas, a outra azul e venenosa,
Causa doenças em polvorosa.
Vinda da longínqua Amazônia,
Leva a dias e noites de insônia,
Seguindo leitos de rios aéreos,
Sem a água com seus critérios.
Em vez da lufada de boas águas,
Espalham-se toxinas ambíguas,
Misturadas na fumaça azulada,
A intoxicar de forma desvelada.
Já não é o céu azul das canções,
Mas o das mortais conjunções,
Com gases altamente nocivos,
Ao vasto mundo de seres vivos.
Sem acesso ao bom ar oxigenado,
Pois, resta apenas o envenenado,
Que cria a dificuldade respiratória,
E com uma bronquite compulsória.
Queimadas crescentes a cada ano,
Sem controle no vasto desengano,
Fazem do agronegócio ambicioso,
Lei que silencia de modo capcioso.
Ordem severa para mais produção,
Ignora a saúde e a básica condição,
E avança sobre quaisquer florestas,
Insensível às científicas admoestas.
Nas ambições de polpudos lucros,
Vendem-se articulados simulacros,
Para despertar uma cega obsessão,
Que degenera a humana condição.
Sofridos e ofegantes respiradores,
Vitimados pelos alérgenos odores,
Vão definhando no sofrido torpor,
Anestesiados por frígido impudor.
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