Na exaustiva loquacidade mórbida,
Prenhe de muita apelação sórdida,
Alarga-se uma oratória do possível,
Para ocultar o evidente impossível.
Mais do que o desejo de persuasão,
Importa a bem obliterada obsessão,
De que o novo engendra felicidade,
Bem-estar com larga prosperidade.
Sem a memória dos ódios ativados,
Emergem e agem por todos os lados,
Desalentos com os anelos preteridos,
E, inoperância de discurso
proferido.
Da loquacidade indutora de euforia,
Não advém nenhuma efetiva alegria,
Pois, volátil como nuvem passageira,
Deixa a maior massa popular na eira.
Fluem então mobilizações primárias,
Insensíveis às prescrições
ordinárias,
A reproduzir velhas táticas de
antanho,
Que agridem todo conhecido e
estranho.
Na patologia das manhas de muita
fala,
Insensatez que sem medida se
propala,
Propugna um alto e requerido
respeito,
E dispara tiro certeiro e mortal no
peito.
A dignidade humana desejada a
poucos,
Alimenta multidões de muitos
amoucos,
Que ofendem, brigam, muito humilham,
Apenas por ideário alheio que
partilham.
Na falada evolução do gênero humano,
Fica complicado aglutinar o agir
insano,
Que semeia tanto ódio por mera
paixão,
E, é inócuo para disseminar
compaixão.
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