sábado, 4 de novembro de 2017

MODERAÇÃO E EXCESSO



Tempos milenares insinuavam,
E, insistentes muito alertavam,
Para moderar na alimentação,
E valorizar um afetivo coração.

Vieram os outros referenciais,
Que a todos fazem ser iguais,
Na mórbida e cega obsessão,
De muito alargar a possessão.

Manipulados para fixo olhar,
No rol do que possa antolhar,
São induzidos para consumir,
Do quanto possam presumir.

O excesso deve animar tudo,
E mover sempre, sobretudo,
A continuidade do consumo,
Para um engrandecido rumo:

Exagero diante de aquisições,
E comprar variadas provisões,
Por conterem ar de felicidade,
Que inebria à farta saciedade.

Com o ilusório valor agregado,
Qualquer produto comprado,
Adquire um valor de adoração,
Que eleva o tônus do coração.

O capeta do grandioso sonho,
Pervade o descarte medonho,
E aponta o outro objeto novo,
Que deixa feliz um vasto povo.

O único sonho engole o anseio,
E já deixa seu sinal de meneio,
Para o outro fito comprazível,
Do ansiado momento indizível.



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