sexta-feira, 17 de novembro de 2017

NA ENCRUZILHADA DA NEOFILIA COM A NEOFOBIA



Na extraordinária adaptabilidade à novidade,
Cresce aborrecimento com o velho e a idade,
E aumenta o desprezo pelo que é bem antigo,
Como se fosse algum inútil e supérfluo artigo.

A obsessão por experimentar coisas inusitadas.
Da tendência ditada por modas nada recatadas,
Leva a desejar a última e mais vistosa novidade,
A fim de desfrutar fama e prestígio à saciedade.

A facilidade de aborrecer-se com todo o vetusto,
Leva a ambicionar um magnífico estado augusto,
Para poder impactar olhares que se prosternam,
Pela inveja e o desejo de obter o que observam.

Há quem sabe manter este efeito da informática,
Para deixar todo consumidor na paixão fanática,
De escolher e de inovar continuamente na vida,
Para não se encaixar no rol da sobra combalida.

Recria-se o velho dilema entre o que é de Deus,
E o que procede do astuto capeta metido a Zeus,
Que indica desprezo à valiosa herança paleolítica,
Para correr afoito no rol da consumidora política.

Na constante busca das coisas novas e atraentes,
Esta similaridade de consumistas muito doentes,
Com tantas patologias de disfunções fisiológicas,
Devassa entidades e mobilizações soteriológicas.

A facilitação de mudanças radicais e imprevistas,
Quebra a razão de experiências como boas pistas,
Pois tudo o que passou, já não importa a anseios,
Porquanto somente interessam os novos enleios.





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