quinta-feira, 9 de novembro de 2017

TEMPO DE SUPERLATIVOS



Enquanto os diminutivos são depreciados,
E como, afetivas anomalias, interpretados,
Ampliam-se variados termos superlativos,
Para expressar novidades e ares positivos.

Nas falas, nas novidades e nas atrocidades,
Tudo é ampliado por emoções e vaidades,
Porque precisa assegurar a superioridade,
                                  Da inovação sobre a cotidiana banalidade.

Já não dá status comprar em mercadinho,
Nem traçar com um velho auto o caminho,
Pois é preciso antecipar a maior novidade,
Para demonstrar uma superior felicidade.

Tudo o quanto é bom precisa ser “hiper”,
E, rapidamente, abrir-se como um zíper,
Para irradiar uma emoção deslumbrante,
E propiciar uma sensação bem extasiante.


Amplos hiper-mercados e hiper-atacados,
Vendem felicidade e paraíso de agrados,
Através dos multicoloridos mostruários,
Agregados de fantasias e bons ideários.

Na abundância da felicidade projetada,
Anseia aquela imensidão procrastinada,
Que ambiciona um grandioso hiper-real,
Para preencher o hiper vazio existencial.







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