segunda-feira, 8 de julho de 2024

O VELHO NO TOCO

 

 

Sentado no cepo de angico,

Feito trono de poder jerico,

Revisita o império passado,

Nobre, de marcante legado.

 

Lembra com saudade a luta,

Da sua empreendida labuta,

Por pacífica relacionalidade,

Para uma ordeira sociedade.

 

Suas intuições pelo melhor,

Trouxeram dissonância pior,

Do quanto poderia imaginar,

Para a lealdade compaginar.

 

Reto, honesto e transparente,

Deixou resquício descontente,

No meio dos outros objetivos,

Tidos como melhores lenitivos.

 

Como o velho toco de angico,

Viu solidez ferida por fuxico,

Mas, o cerne lhe dá amparo,

Para sonhar no meio amaro.

 

Deslinda o tempo na afeição,

E fita os fatos na boa aferição,

Do mar de gestos edificantes,

E que permanecem vibrantes.

 

Nem tudo que foi bom, segue,

Mas, a consciência prossegue,

A reafirmar grandeza do feito,

Mesmo imiscuído com defeito.

 

Lembra incontáveis momentos,

De exultação dos sentimentos,

Para não desanimar na aposta,

Da escolha pela sua proposta.

 

O império de vida consumada,

Lhe aufere a certeza dilatada,

De que sua vida não foi inútil,

Nem carece de bajulação fútil.

 

Contempla o jardim de flores,

E inala os perfumados odores,

Do mundo de vida irradiante,

No belo espaço circundante.

 

A inalação dos ares acende,

A chama vivaz que prende,

O foco para uma esperança,

Dum mundo sem lambança.

 

 

 

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