Propalada aos quatro ventos,
Perfeição de ideais avarentos,
Para uma excelsa governança,
Não revela a suposta bonança.
Sob o governo de participação,
Duma mui enaltecida tradição,
Séculos de organização política,
Solidificaram a inusitada tática:
Participação, em tudo, de todos,
Nos múltiplos humanos meados,
Seria impossível e bem inviável,
A não ser por um voto delegável.
Delegar a alguém à incumbência,
Da representação e dependência,
Permitiu aos restritos delegados,
Agir no lugar daqueles abnegados.
Pode o agente falaz ser porta-voz,
E agir como a representativa voz,
Para favorecer os representados,
E suprir seus anseios aperreados.
Sob falácia deste sofisticado jogo,
Os anelos a eminente demagogo,
Tendem a ir para limbo preterido,
E barganhar um grupo favorecido.
Poder de oligarquias anula efeito,
Do participativo ato de despeito,
A quem espera do representante,
Ações efetivas de êxito militante.
Ao invés de viabilizar a igualdade,
Primam por máxima desigualdade,
E por ampla fraqueza dos cidadãos,
Para favorecer oligárquicos bolsões.
Votos dos ditos cidadãos populares,
Nada somam a oligarquias singulares,
Pois compram com sua farta riqueza,
As regras que asseguram sua avareza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário