domingo, 14 de maio de 2023

TEATRALIDADE ENGANOSA

 

 

Tanta celebração litúrgica,

Imita a obra dramatúrgica,

E faz de fatos celebrativos,

Atos nada comemorativos.

 

No jogo de representação,

Sob a máscara de imitação,

O exercício do rito religioso,

Aparenta um agir prodigioso.

 

Num papel teatral encenado,

Persuasão com falso legado,

Identifica a função exercida,

Com a autoridade merecida.

 

Na alteza do poder decisório,

Importa ser visível ostensório,

Para fruir simpatias e elogios,

Com sutis e hipócritas desvios.

 

Interessa a ascendente posição,

De largo prestígio e gratificação,

Visando superioridade farisaica,

Que assegure a garantia arcaica.

 

Legitimado o poder dominador,

Para garantir um lugar superior,

O lisonjeio da vida confortável,

Leva a fingir postura admirável.

 

No mascarado rigor do poder,

Com apelos ao divino querer,

Executa-se o agir monocrático,

Para amplo espectro midiático.

 

O rigor nas etiquetas litúrgicas,

Para belas cenas dramatúrgicas,

Disfarça no interesse precípuo,

Ar benevolente nada conspícuo.

 

Distante da autenticidade real,

Importa o alcance sensacional,

Do foco para cargos e honras,

Mais do que para ações ternas.

 

 

 

 

 

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