sexta-feira, 19 de maio de 2023

TERRA EXAUSTA

 


Pisando nas ruínas do lixo,

Com tanto doente bicho,

Relegado ao léu da sorte,

Anula-se todo bom aporte:

 

O crescimento estimulado,

Para tirar do solo o legado,

De uma riqueza acumulada,

Está numa ruína desandada.

 

Exaurir terra como religião,

Tornou-se a maior adoração,

Da raça humana decadente,

Deslumbrada por excedente.

 

O desastre sócio-econômico,

De acúmulo nada encômico,

Aumenta e explora a Terra,

E a envenena com a guerra.

 

Doente ambição de acúmulo,

Torna-se um central estímulo,

Para extorquir em toda Terra,

A vasta riqueza que encerra.

 

Aumento de pobres e famintos,

Acuados em precários recintos,

Escancara a tragédia humana,

E de modo ingente desengana.

 

As autoridades interesseiras,

Em suas explícitas baboseiras,

Facilitam às elites insensíveis,

Juntar de modos inadmissíveis.

 

Nas queimadas pelo latifúndio,

A terra sofre com o vilipêndio,

E, ante genocídios indefesos,

Os eco-sistemas morrem tesos.

 

Na estúpida fala progressista,

Obsoleta na busca narcisista,

Eucalipto vale mais que gente,

Que relegada, some indigente.

 

Os seres caçulas da mãe Terra,

Seduzem-na com dura guerra,

E ela já exausta e semimorta,

Os ingere sem bens, sem horta.

 

 

 

 

 

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