segunda-feira, 17 de abril de 2023

NA MAROMBA DOS IDEAIS

 

 

Sobre a corda-bamba dos alentos,

Tão solta sobre discursos violentos,

O mecanismo da auto-defesa pede,

Passo rápido sobre o que se mede.

 

Os vetustos sonhos de fraternidade,

Bem augurados para toda sociedade,

Vão ruindo sem a vara do equilíbrio,

E não superam difundido opróbrio.

 

Relativização de hábitos e costumes,

Vira arma traiçoeira de dois gumes,

Pois, em seu lugar insinua violência,

Sem compaixão e sem a clemência.

 

Na agressiva forma de impor leis,

Sobre as inseguras e sedentas greis,

Apela-se a bons costumes antigos,

Para justificar combate a inimigos.

 

Em nome de entidades superiores,

Praticam-se verdadeiros horrores,

Sob uma excelsa e religiosa crença,

Sem amainar espalhada desavença.

 

Afronta-se o insubmisso e diferente,

Com trato de desprezo irreverente,

Para que se submeta a uma ordem,

Oriunda de inapropriada desordem.

 

Tão poucas vozes animam no rol,

Para ultrapassar nocivo besteirol,

De ensinamentos auto-gestados,

Visando ibope por todos os lados.

 

Adoração da própria personalidade,

Gesta encenação teatral à saciedade,

Mas em nada melhora a convivência,

E nem a postura da lídima decência.

 

 

 

 

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