quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

VARREDOR DE FOLHAS CAÍDAS

 


O despontar das folhas verdes,

Para apontar flores alviverdes,

Das serenidades esperançosas,

Desvia a atenção das buliçosas.

 

Inquietação por algo diferente,

Relega tudo que já foi atraente,

E persuade a ignorar o outono,

Como a miragem de um sono.

 

As folhas amareladas que caem,

Mortas sob as que sobressaem,

Não encontram compensações,

Nem energias de improvisações.

 

Com a varredura desta dispersão,

Amontoa-se a disfarçada aversão,

De quem não interessa para nada,

Na doideira desta vida disparada.

 

Nesta vulnerabilidade aquilatada,

Emerge a dura sentença imputada,

Da árdua tarefa por reciprocidade,

Que retribua motivo de utilidade.

 

O húmus oriundo de folhas caídas,

De muitas vontades não atingidas,

 

Pode energetizar a decrepitude,

Contra a inconstante vicissitude.

 

Andejar após dúzias de derrotas,

E repleto de rótulos sem janotas,

Revela incompletude sem alarde,

E recomeço sem espírito covarde.

 

 

 

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