Teu canto estridente e estridulante,
No som agudo de ferreiro distante,
Invade meus recatados sentimentos,
De que não soltas eufóricos intentos.
Monótono, repetitivo e muito triste,
Ecoa nos ares sua lamúria sem
riste,
Da vinda de longe e mercantilizado,
Sofres na gaiola o estado
aprisionado.
Mesmo ecoando por longa distância,
Teu canto não encontra ressonância,
De um congênere que possa escutar,
E reagir com uma mensagem salutar.
Cantas por horas e horas todos os
dias,
No som elevado ao mundo de porfias,
E ninguém devolve sinal de liberdade,
Para poderes cantar longe da maldade.
Sequer o timbre mais forte do mundo,
Do som metálico de alcance profundo,
Repercute nesta feia prisão
engaiolada,
E deixa a sua cantoria toda empolada.
O teu canto é para ecoar bem
altaneiro,
E sobre elevadas copas ser
cancioneiro,
Para animar na fina irradiação
metálica,
O melhor recurso da sua massa
cefálica.
Tampouco mereces ser associado a
espião,
Da ação secreta de um falsificado
lampião,
Pois com voz poderosa da solidez de
ferro,
Tens uma garganta que racha e
trinca-ferro.
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