Nele se delineia um olhar,
Direcionado ao entreolhar,
Para quem fita o lugar alto,
Esperando ajuda num salto.
Remete a uma radicalidade,
De uma nova religiosidade,
Que foca o olho no entorno,
Sem o devocionismo morno.
A costumeira espera do alto,
Na passiva espera de enalto,
Viciou o olhar da esperança,
Com fatalista desesperança.
Espiritualidade de sofrência,
De mortificação e penitência,
Visualizava a cruz do agrado,
Para o divino ato sacralizado.
Na espiritualidade intimista,
Toda farisaica e tão vitimista,
Esperava-se uma ação divina,
Contra a ação humana sovina.
Esquecidos da morte de Jesus,
E da razão que o levou à cruz,
Não valorizam a sua bondade,
Nem sua alegre solidariedade.
Esquecem a esperança lúcida,
E sua proximidade translúcida,
Dos alertas à idolatria do Ego,
Para sensibilidade ao alter-ego.
Ao caminho do olhar vertical,
O foco do entorno horizontal,
Revela proceder de redenção,
Para frágil e humana condição.
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