terça-feira, 5 de outubro de 2021

O PADRE SACRALIZADO

 

 

Sem referencial a Cristo,

É para muitos malquisto,

Porque não segue gosto,

De um específico arrosto.

 

Bajula-se quem justifica,

Modo que nada edifica,

Mas agrado a um grupo,

Que deseja muito apupo.

 

Cooptado por interesse,

É fadado a desinteresse,

Se questionar denodos,

Dos fanatizados apodos.

 

Feito um ser separado,

Estranho por todo lado,

Sem pertença a gênero,

Pode apenas ser vênero.

 

Deve ser dessexualizado,

E pregar todo acoimado,

Discurso heteroafetivo,

Como agradável lenitivo.

 

O perfil bem delineado,

Vindo de longo legado,

Esconde-o num armário,

De gosto muito sectário.

 

Ao camuflar-se na batina,

Aparenta condição divina,

E disfarça conduta sexual,

Como dote sobrenatural.

 

Ante pedocriminalidade,

Equivale a cumplicidade,

Que escandaliza e oculta,

E reflete atitude estulta.

 

Sem inovada identidade,

A sua suposta santidade,

Aufere poderes e honra,

Sem esconder a desonra.

 

Hipervalorizado na posse,

Como um sucesso precoce,

Sem a discreta humildade,

Esnoba-se em rara vaidade.

 

Adoração à personalidade,

Eleva com fina publicidade,

A apoteose do sacerdócio,

Como o adorável negócio.

 

Na falsa imagem poderosa,

Some serviçalidade bondosa,

Idolatra-se o patamar clerical,

Sem anúncio profético radical.

 

 

 

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