segunda-feira, 11 de outubro de 2021

O HIPERSACRAMENTO

 

 

Incomparavelmente promovido,

Com publicidade de muito ruído,

Fervilham nos rituais da Ordem,

Espetacularizações que aturdem.

 

Amplas preparações ostensivas,

Com as insinuações persuasivas,

Elevam a Ordem acima da Terra,

Sob o verdadeiro grito de guerra.

 

Exalta-se o ordenando ao divino,

Mesmo se é mesquinho e cretino,

Para afirmar seu poder sacerdotal,

Colocado numa fantasia angelical.

 

Em cerimônias eivadas de teatro,

Com muito pano do solene atro,

Gera-se delírio em torno do herói,

Metido a vistoso e valente caubói.

 

Rituais que necessitam de horas,

Impregnados de fartas demoras,

Enaltecem os papéis secundários,

De ostensivos atos cerimoniários.

 

Detalhismo de ritos bajulatórios,

Reafirma nuances contraditórios,

De que o sacramento da Ordem,

É o antídoto de toda desordem.

 

Colocado em parâmetro angelical,

O ordenando se exibe excomunal,

E fala como autoridade superior,

Para promover o quadro inferior.

 

Mitizado como um raro sucesso,

Sequer percebe o pífio regresso,

Da objetiva tarefa da sua função,

Para o vistoso poder de injunção.

 

Exaltação sacramental da Ordem,

Reafirma que todos concordem,

Que ato dos demais sacramentos,

É menor no alcance dos intentos.

 

Apesar do fictício papel superior,

O sacerdócio não exala um valor,

A encantar ao suposto ministério,

E agregar-se a seu modo deletério.

 

Vasta ênfase ao rito de ordenação,

Diminui significado e consideração,

Dos demais sacramentos cristãos,

E de suas funções de concidadãos.

 

 

 

 

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