Resquícios de imagem arcaica,
E de antiga conversa prosaica,
Criaram a imagem anacrônica,
Desta estranha figura icônica.
Esvaziado na sua função social,
E estranho no mundo cultural,
Sente-se na deriva da solidão,
Sem motivo para a disposição.
A vida solitária com frustração,
Aporta o rol da compensação,
Para encastelar-se no sagrado,
Sem afetar o humano legado.
Celebrações litúrgicas formais,
Esvaziam interações essenciais,
E denigrem o seu espaço vital,
E lhe causam dissabor fulcral.
O preparo para ação na massa,
Deixa-o hoje com pouca graça,
Para recriar no seu sacerdócio,
O serviço, sem deturpado ócio.
O perfil que almeja ser padre,
Não é o de ser bom compadre,
Mas de regurgitações integristas,
De aparências sensacionalistas.
Focado pela volta a outro tempo,
Constitui-se o duro contratempo,
Pois, move-se por outros valores,
Dos estranhos e velhos pendores.
No gosto pelo regresso evolutivo,
Encontra um encantado lenitivo,
Que, cego aos sinais dos tempos,
Enleva em inócuos entretempos.
A percepção da busca do sagrado,
Revela-se moralista e mui regrado,
De militantes bem armamentistas,
A consagrar os encantos fascistas.
Produzem fé devocional e indolor,
Como se fosse algo bem superior,
À razão da esperança redentora,
Desta infra-humana ação gestora.
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