sábado, 2 de outubro de 2021

AÇÃO PRESBITERAL

 

 

Resquícios de imagem arcaica,

E de antiga conversa prosaica,

Criaram a imagem anacrônica,

Desta estranha figura icônica.

 

Esvaziado na sua função social,

E estranho no mundo cultural,

Sente-se na deriva da solidão,

Sem motivo para a disposição.

 

A vida solitária com frustração,

Aporta o rol da compensação,

Para encastelar-se no sagrado,

Sem afetar o humano legado.

 

Celebrações litúrgicas formais,

Esvaziam interações essenciais,

E denigrem o seu espaço vital,

E lhe causam dissabor fulcral.

 

O preparo para ação na massa,

Deixa-o hoje com pouca graça,

Para recriar no seu sacerdócio,

O serviço, sem deturpado ócio.

 

O perfil que almeja ser padre,

Não é o de ser bom compadre,

Mas de regurgitações integristas,

De aparências sensacionalistas.

 

Focado pela volta a outro tempo,

Constitui-se o duro contratempo,

Pois, move-se por outros valores,

Dos estranhos e velhos pendores.

 

No gosto pelo regresso evolutivo,

Encontra um encantado lenitivo,

Que, cego aos sinais dos tempos,

Enleva em inócuos entretempos.

 

A percepção da busca do sagrado,

Revela-se moralista e mui regrado,

De militantes bem armamentistas,

A consagrar os encantos fascistas.

 

Produzem fé devocional e indolor,

Como se fosse algo bem superior,

À razão da esperança redentora,

Desta infra-humana ação gestora.

 

 

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