Cada dia em crise mais
abrangente,
O poder deixa o povo
descontente,
E na medida do acesso a
prediletos,
Aumentam descontentes e
desafetos.
A desgraça ingênita dos
poderosos,
É a descartabilidade de
rancorosos,
Considerados supérfluos aos
fitos,
E obstáculos aos muitos
não-ditos.
Na malvadeza de selecionar
gênios,
Revigora-se a história de
milênios,
Dos tiranos que visam
supremacia,
E para tanto relegam a
democracia.
Importa o “eu” excelso e
superior,
Austero a controlar o povo
inferior,
Para que não se organize no
direito,
E nem se arrogue a apontar
defeito.
No silêncio imputado por
satisfeitos,
Fluem suaves os ditames dos
preitos,
Que espoliam sempre os já
preteridos,
Do acesso aos patamares
prometidos.
Sem aproximação dos bens
simbólicos,
Sobram só os momentos
melancólicos,
Para reclamar de alguma
compensação,
Diante da dura e bucólica
malversação.
No sentimento que tanto
procrastina,
Espalha-se insatisfação de
triste sina,
Que rouba todo o gosto do
bem viver,
E apaga a empatia para bem
conviver.
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