sexta-feira, 24 de maio de 2019

ESTRANHA QUIETUDE




Com sumiço dos ruídos espalhafatosos,
Desapareceram até os sonhos ditosos,
Que acalantavam o foco de esperanças,
E davam razão para distintas andanças.

Parado até mesmo o relógio do tempo,
Não aparece sequer um contratempo,
Para causticar a mente tão desativada,
E destravar o freio da ação estagnada.

No boicote armado pela desesperança,
Morreu o elã para reatar uma andança,
De firmar sentido num caminho longo,
De subida no rio num pequeno gongo.

Os antigos sonhos tão bem acalantados,
Ficaram no caminho, tão acabrunhados,
Que já não animam algum ato iminente,
Para mover alguma iniciativa pertinente.

Que a fria madrugada antecipe um sonho,
Para acordar a aurora de modo risonho,
E viver a expectativa rica e envolvente,
Que deixe este pobre coração contente.

Ou, que o frio resolva desativar radares,
Que atrapalham os inovados patamares,
Para permitir fruir um sentimento ativo,
Propenso a gesto no caminho interativo.





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