quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O taciturno




Quando longos dias não acalmam o espanto,
Do desenrolar dum progressivo desencanto,
Nem a superação tão cegamente endeusada,
Consegue firmar uma vereda menos abusada.

Se a reação terrorista é revide da prepotência,
E em nada se sensibiliza para gestar clemência,
Some-se o lugar seguro da segurança e da paz,
E se esboroa a democracia, já sem ação eficaz.

Restrita ao discurso eloquente da resignação,
A democracia, já incapaz de boa proposição,
Desanda na contraditória rota do penhasco,
Que aponta o derradeiro histórico de fiasco.

Tornada meio para acobertar e não desvelar,
Indica que o muito e o quanto devia revelar,
Fica na vaga saudade de um tempo passado,
Que deixou vasta fartura de um triste legado.

Resta sonhar com uma esperança bimilenar,
De que o desarmamento pode proporcionar,
Uma revalorização da benfazeja cordialidade,
Capaz de gestar mais acolhimento e caridade.











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