terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O humano emparedado



Da ancestralidade do estreito vínculo com a natureza,
A cultura propugnada pela superioridade da esperteza,
Desenvolveu tecnologias de edificação para seguridade,
Contra a rapinagem e atentados de alta periculosidade.

De tanto reforço de paredes, muros, alarmes e grades,
Tudo em vista das domésticas e seguras integralidades,
O humano de nossos dias é o prisioneiro das paredes,
Mesmo que conectado virtualmente em amplas redes.

Vive intensamente o hiper-real, sem sobriedade frugal,
E alimenta-se cada dia mais de química nada integral,
E para sentir-se amparado em seu refugio bem seguro,
Vive da preocupação pelo presente, privado do futuro.

Para tornar-se gostoso e cativante em suas aparências,
Apela a silicone, a hormônios e outras grandiloquências,
Que o estufem de razões fortes para despistar a solidão,
Da ausência do toque de afeto e sentimento de gratidão.

Seu olhar unidirecionado para o conforto e a satisfação,
Tirou-lhe toda capacidade da genuína e boa motivação,
Para assimilar dos incontáveis sistemas de vida natural,
Uma vitalidade do seu húmus e do seu milagre fulcral.






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