quinta-feira, 12 de março de 2015

Exploração em nome de Deus



Como gregos no período da decadência,
Muitos inteligentes, espertos e astutos,
Cultivam belas fantasias, sem decência,
Para garantir os interesses mais argutos.

Ao falarem das sobrenaturais estratégias,
Asseguram-se nas condições privilegiadas,
Do direito de legislar as condições régias,
E inebriar-se em ambições desmesuradas.

A ação divina, favorável apenas aos ricos,
Dissimulada pelas superstições e medos,
Impregna a vida de formalismos mágicos,
No pretexto de acessar divinos segredos.

Nas tragédias explicadas pela adivinhação,
Se desperta um vasto formalismo religioso,
Que repetido para obter melhor condição,
Termina em protelação do elementar gozo.

No antropomorfismo atribuído aos céus,
O Deus odioso e vingativo se intromete,
E tira a alegria dos empobrecidos réus,
E tudo protela do que dele se promete.

O pavor diante de forças sobrenaturais,
Permite a espertos pensar, dizer e fazer,
Tudo para favorecer ambições colossais,
Como bênçãos que os levam a bendizer.

Enquanto nos pobres fenecem as alegrias,
Os aristocratas se exaurem na acumulação,
E a festejam em sofisticadas e ricas orgias,
Imperturbáveis ao itinerário da população.

Os espertalhões da fala dos divinos poderes,
Na aplicação das leis com múltiplos deveres,
Sabem reproduzir os prazeres aristocráticos,
E deixar pobres trabalhadores mais erráticos.



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