sexta-feira, 4 de agosto de 2023

UTOPIA DA FARTURA

 

 

O tempo de produção fantástica,

Veicula tanta notícia bombástica,

Sobre a produção de alimentos,

Para mesa farta de provimentos.

 

Montanhas de alimento humano,

Em nada muda fanatismo insano,

Para obtenção de grande fartura,

E expansão do plantio na bravura.

 

Verdadeiro fetiche por alimentos,

Cultivado como oferta de alentos,

Destroça mato e brejo por plantio,

Mas deixa mesas com prato vazio.

 

A inaudita riqueza tirada da Terra,

Esconde dado que tudo emperra,

Pois na mercantilização despótica,

Confirma-se uma tese apoteótica:

 

Tudo para os que muito acumulam,

Nada para famintos que tremulam,

Pois o perverso dogma da riqueza,

Joga a Deus escandalosa pobreza.

 

Orgulhosos de alimentar o mundo,

Agressivos, criam clima infecundo,

Para possível solidariedade humana,

E que diminua vasta pobreza insana.

 

A cama de tanta gente é a calçada,

E o cobertor, a papelada estucada,

Enquanto outros, na rica mansão,

Planejam esnobar sua pretensão.

 

Espetáculo consumidor sem limites,

No desperdício jogado sem apetites,

Força outros a procurar nas lixeiras,

As sobras descartadas com poeiras.

 

O mito da honra para ser apreciada,

Na riqueza de aparência esnobada,

Já não vê o horizonte da dignidade,

E nem da compassiva hombridade.

 

 

 

 

 

 

 

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