O tempo de produção fantástica,
Veicula tanta notícia bombástica,
Sobre a produção de alimentos,
Para mesa farta de provimentos.
Montanhas de alimento humano,
Em nada muda fanatismo insano,
Para obtenção de grande fartura,
E expansão do plantio na bravura.
Verdadeiro fetiche por alimentos,
Cultivado como oferta de alentos,
Destroça mato e brejo por plantio,
Mas deixa mesas com prato vazio.
A inaudita riqueza tirada da Terra,
Esconde dado que tudo emperra,
Pois na mercantilização despótica,
Confirma-se uma tese apoteótica:
Tudo para os que muito acumulam,
Nada para famintos que tremulam,
Pois o perverso dogma da riqueza,
Joga a Deus escandalosa pobreza.
Orgulhosos de alimentar o mundo,
Agressivos, criam clima infecundo,
Para possível solidariedade humana,
E que diminua vasta pobreza insana.
A cama de tanta gente é a calçada,
E o cobertor, a papelada estucada,
Enquanto outros, na rica mansão,
Planejam esnobar sua pretensão.
Espetáculo consumidor sem limites,
No desperdício jogado sem apetites,
Força outros a procurar nas lixeiras,
As sobras descartadas com poeiras.
O mito da honra para ser apreciada,
Na riqueza de aparência esnobada,
Já não vê o horizonte da dignidade,
E nem da compassiva hombridade.
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