quarta-feira, 9 de agosto de 2023

SER ANACRÔNICO E QUASE EXTINTO

 


Séculos de identidade definida,

Numa concepção empedernida,

Deslocam imagem exponencial,

Rumo à irrelevância credencial.

 

Feito exótico animal anacrônico,

Sua fala de estranho antagônico,

Faz dele um divisor de ambiente,

Tolerado como o inconveniente:

 

Suspeitas ao brincar com criança,

Aguçam as censuras de confiança,

E quando se aproxima de adultos,

É observado pelos riscos estultos.

 

Sabe que vontade de ser próximo,

O coloca como suspeito máximo,

Pelos reais riscos que representa,

Para um papel de imagem isenta.

 

Precisa equilibrar-se num ditame,

Entre religioso e sagrado certame,

Com a rara capacidade dialogante,

Na vida isolada de pessoa distante.

 

Move-se no modelo padronizado,

Artificial dum arquétipo moldado,

Ineficaz como funcionário sagrado,

E muito estranho como consagrado.

 

Situado entre a pedra e o martelo,

Constata-se frágil para ser singelo,

Porque é cobrado numa ortodoxia,

E feito irrelevante na heterodoxia.

 

Assim, seu desejo misericordioso,

E sua alegria para o sublime gozo,

Não repercutem a compassividade,

Nem crescimento da sinodalidade.

 

Sua palavra sem força de ser dom,

Não difunde tão desejado shalom,

E falar sobre Deus afasta ouvintes,

Que geram desagradáveis acintes.

 

Até desejo de ser irmão próximo,

Distancia-o como sem préstimo,

E refúgio no mundo do silêncio,

Enfraquece razão do seu anúncio.

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