quarta-feira, 27 de abril de 2022

O PADRE ENVILECIDO

 

 

Desonrado do seu passado,

Nada sobra do seu legado,

A não ser o deboche sutil,

Do avançado estado senil.

 

Nem tão vetusto na idade,

Sente lídima barbaridade,

Relacionada ao seu existir,

Ante um oneroso subsistir.

 

Nada importa sua origem,

Nem dores que o afligem,

Ou os feitos de superação,

Ou sua solidária interação.

 

Na indiferença ao passado,

A apatia de sujeito aviltado,

Deixa-o na margem da vida,

E pobre sob lealdade vivida.

 

Conta apenas por eficiência,

Na execução com leniência,

Dos préstimos secundários,

De superiores mandatários.

 

Atrativos de virilidade física,

Engolidos pela feição tísica,

Não fruem olhar atencioso,

Nem um amparo afetuoso.

 

Avilte aos feitos edificantes,

Desonram gestos marcantes,

Da sua dedicação abnegada,

Por uma vivência abençoada.

 

Deslustrado no que estudou,

Não conta que tanto ajudou,

Ao semear relação solidária,

Na prevalência fragmentária.

 

Sob silêncio não auspicioso,

Processa do passado ditoso,

Esperança de dias melhores,

Com afeições menos piores.

 

Sentido que tanto apontou,

Para quem se desapontou,

Parece evadir-se do visual,

Da razão religiosa causal.

 

 

 

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