terça-feira, 2 de março de 2021

O VELHO GUERREIRO

 


Sua história de noventa e cinco anos,

Ainda acalantada com belos planos,

Tombou qual bela árvore centenária,

Com uma viva mensagem signatária.

 

Seu lema “Sempre Firme” consagrou,

O quanto que a sua vida o perpetrou,

Para um legado simples, e respeitoso,

Registrado como um traço primoroso.

 

Não foi da luta armada e prepotente,

Que seu modo reto, firme e resiliente,

Marcou a trajetória dos anos vividos,

Mas, por muitos gestos enternecidos.

 

Os gestos e partilha pelo bem comum,

Engrandeceram obreiro tão incomum,

Satisfeito com a modesta colaboração,

E pertença a fatores de boa agregação.

 

Fruto da sua extraordinária memória,

Encontrava a mediação compulsória,

Para inserir anedotas de bom humor,

E fatos de antigos sinais de pundonor.

 

Equilíbrio do trabalho enriquecedor,

Desviou mórbido desejo acumulador,

E centralizou o homem de sabedoria,

Para o bem viver com singela alegria.

 

Satisfeito pela vida em seu percurso,

Fruiu gratuidade como belo recurso,

Do que a vida lhe ensinou a valorizar,

E do que tão bem soube pulverizar.

 

Em sua última luta de ação guerreira,

Superou invisível alavanche cabreira,

Da Covid tão silenciosa e destruidora,

E ruiu ante a sua sequela demolidora.

 

Do espaço deste velho tronco caído,

Renasce um novo modo enternecido,

A animar a vida da sua descendência,

Para a alegre e gratuita convivência.

 

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