Em meio ao sentimento ferido,
Recordo o meu irmão querido,
Renitente diante do triste fim,
Que sua morte causou em mim.
Refém da mesma virose invasiva,
Busco força da razão persuasiva,
Para reatar, na dura dissonância,
O vínculo rompido pela distância.
Desde os primeiros anos de vida,
A sua maneira de ser tão querida,
Ocupava a atenção e os olhares,
A gerar descontração e bons ares.
O colo do pai deu cedo o amparo,
Para encantar de modo preclaro,
Todo círculo da família agregada,
Com sua característica de rizada.
Comparado ao bom avô paterno,
No seu modo simples e fraterno,
Reproduzia sua feição admirada,
E a translúcida postura recatada.
Nasceu dali a parceria indelével,
Com uma característica inefável,
Do estreito vínculo com os pais,
E que não desapareceria jamais.
Os pais fruíram ditosa velhice,
Graças a seu modo e meiguice,
Na atenção e especial cuidado,
Dum trato amoroso e lapidado.
No relevante círculo de amigos,
Captou desde tempos antigos,
Valor e firmeza da sua lealdade,
Com os préstimos à comunidade.
Discreto e muito bem organizado,
Soube colher do modo aquilatado,
Os frutos do equilíbrio econômico,
E satisfação com modo encômico.
Se traiçoeira virose o ceifou cedo,
Não levou a memória do enredo,
De uma história tão bem vivida,
Que deixa a família enternecida.
Ainda ferido, elevo meu louvor,
A Deus Pai pela graça do penhor,
Da sua enriquecedora existência,
Tão cheia de rica benemerência.
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