sexta-feira, 5 de março de 2021

DESPEDIDA INCOMUM

 


Em meio ao sentimento ferido,

Recordo o meu irmão querido,

Renitente diante do triste fim,

Que sua morte causou em mim.

 

Refém da mesma virose invasiva,

Busco força da razão persuasiva,

Para reatar, na dura dissonância,

O vínculo rompido pela distância.

 

Desde os primeiros anos de vida,

A sua maneira de ser tão querida,

Ocupava a atenção e os olhares,

A gerar descontração e bons ares.

 

O colo do pai deu cedo o amparo,

Para encantar de modo preclaro,

Todo círculo da família agregada,

Com sua característica de rizada.

 

Comparado ao bom avô paterno,

No seu modo simples e fraterno,

Reproduzia sua feição admirada,

E a translúcida postura recatada.

 

Nasceu dali a parceria indelével,

Com uma característica inefável,

Do estreito vínculo com os pais,

E que não desapareceria jamais.

 

Os pais fruíram ditosa velhice,

Graças a seu modo e meiguice,

Na atenção e especial cuidado,

Dum trato amoroso e lapidado.

 

No relevante círculo de amigos,

Captou desde tempos antigos,

Valor e firmeza da sua lealdade,

Com os préstimos à comunidade.

 

Discreto e muito bem organizado,

Soube colher do modo aquilatado,

Os frutos do equilíbrio econômico,

E satisfação com modo encômico.

 

Se traiçoeira virose o ceifou cedo,

Não levou a memória do enredo,

De uma história tão bem vivida,

Que deixa a família enternecida.

 

Ainda ferido, elevo meu louvor,

A Deus Pai pela graça do penhor,

Da sua enriquecedora existência,

Tão cheia de rica benemerência.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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