terça-feira, 30 de março de 2021

ERA DO CANSAÇO

 


No desencanto iluminista,

Tão liberal e progressista,

Sob felicidade prometida,

Amarga-se vida desiludida.

 

A vasta pandemia virótica,

Escancara a ilusória ótica,

Desta felicidade individual,

Isenta de um vínculo social.

 

A peste também escancara,

Com evidencia muito clara,

O colapso iminente da vida,

Da nossa Terra ensandecida.

 

O sentimento tão humano,

Ante sistema social insano,

Já no limite do suportável,

Produz desgaste inexorável.

 

O cansaço carcome sonhos,

E causa pesadelos bisonhos,

Com torpor de incapacidade,

E engole a boa solidariedade.

 

O cansaço do senso coletivo,

Sem ânimo e já sem lenitivo,

Eclode na ineficiente política,

E refuta a economia acrítica.

 

Cansaço ante o desemprego,

Dum espoliante descarrego,

De elites que se enriquecem,

E pobres multidões padecem.

 

Cansaço para reação coletiva,

Ante a espoliadora invectiva,

Do fundamentalismo brutal,

Causa acuo de medo fulcral.

 

Na quase invisível esperança,

Diante do roubo e lambança,

Lateja uma frágil emergência,

De novo modo de convivência.

 

O cansaço indica premência,

De ilibada razão de vivência,

Solidária bem acima do lucro,

E sem este capitalismo xucro.

 

 

 

 

 

 

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