1 – Pano de Fundo
- A alta instabilidade do nosso tempo: tudo caindo aos pedaços ( nº 23);
- Horizonte
de medo (do outro, da lida com o abismo do mal; de sobrar sozinho, da
violência, das barbáries e da destruição da casa comum;
- Presunção
arrogante dos que tem poder e dinheiro, insensíveis às desigualdades;
- Aumento da
gigantesca disparidade econômica e a indiferença diante dos vulneráveis, com
exaltações doentias de nacionalismos; negacionismo científico; submissão humana
à economia; manipulações e ocultamento na esfera privada e pública.
- Iníqua
forma de culpar as vítimas diante das injustiças praticadas contra elas;
Degradação
do trabalho e do ser humano (feito escravo).
2- A quem se dirige?
- Ao mundo ferido (Cf. Roberto Romano:
alerta contra a prisão das vidas solitárias);
- Aos
católicos, aos cristãos, não cristãos e agnósticos, em favor dos que foram
calados;
- Aos
milhões de calados, vítimas da política em favor do poder e dinheiro que
coisifica os seres humanos e anula sua consciência histórica;
3 – O que propõe?
a) Rejeitar: - O
paradigma dominante;
- Ir além dos
quatro pilares da ordem mundial (Mercado – que faz da economia neoliberal o
dogma de fé; Neoliberalismo - que faz da
política uma força manipuladora; Individualismo - afirmado como expressão cultural; Devastação
da natureza- que ameaça a vida no planeta);
- Controlar a
força manipuladora dos meios de comunicação virtual, diabólica máquina de
controle das pessoas;
- O atual
sistema que impera: usa o poder como dominação (de pessoas, de classes, povos,
culturas e da natureza);
- A
homogeneização de hábitos que matam as diferenças culturais.
b) Adotar uma alternativa: Que vise o bem da coletividade, para
que os interesses imperiais não se sobreponham ao bem do gênero humano;
-
Valer-se da parábola do Bom Samaritano contra a ideologia privatista do sistema
econômico neoliberal que deixou milhões de seres sobrantes;
- Impregnar-se de ternura e de amor ao próximo:
algo do coração para chegar aos olhos, aos ouvidos e às mãos;
-
Cultivar amabilidade e gentileza no trato com as pessoas;
-
Fazer uma transição do paradigma do punho cerrado (do senhor que submete) para
a mão aberta a gestos e sinais que nos tornam “irmãos e irmãs”;
-
Gestos em defesa da dignidade humana;
-
Ampliar fraternidade e amizade social diante dos ódios, das xenofobias,
racismos e negação de outras pessoas;
4 – Acusações levianas
contra a Encíclica
Oriundas especialmente do interior da Igreja por setores que defendem a
fidelidade à tradição e se mostram arrogantes e perversos para espalhar a
divisão, como se eles fossem donos do Espírito Santo.
- Que o papa é mais comunista que Marx, Lênin e Mao;
- Que ele renunciou à identidade cristã e católica;
- Que ele abandonou o terreno seguro da Doutrina Social;
- Que ele quer acabar com Deus, com a Igreja e com a
cristandade.
5 – Apostas do Papa
- Que da fraternidade religiosa pode nascer uma fraternidade
universal;
- Que é viável uma revolução cultural para uma nova cultura:
a cultura do encontro;
- Que todas as religiões são importantes para um processo de
transição;
- Que a humanidade dos seres humanos não pode ser
marginalizada pelo desamor e indiferença da neoiniquidade social;
- Que é possível
recuperar o valor universal da irmandade, da amizade e da solidariedade,
começando “de baixo para cima” a gestação do bem da coletividade (diante da
exploração de pessoas e de consciências feita pelo sistema vigente e pela
religião do dinheiro e do varejo da “teologia da prosperidade”).
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