sábado, 21 de novembro de 2020

TÓPICOS CONTEXTUAIS DA ENCÍCLICA FRATELLI TUTTI

 


1 – Pano de Fundo

            - A alta instabilidade do nosso tempo: tudo caindo aos pedaços ( nº 23);

            - Horizonte de medo (do outro, da lida com o abismo do mal; de sobrar sozinho, da violência, das barbáries e da destruição da casa comum;

            - Presunção arrogante dos que tem poder e dinheiro, insensíveis às desigualdades;

            - Aumento da gigantesca disparidade econômica e a indiferença diante dos vulneráveis, com exaltações doentias de nacionalismos; negacionismo científico; submissão humana à economia; manipulações e ocultamento na esfera privada e pública.

            - Iníqua forma de culpar as vítimas diante das injustiças praticadas contra elas;

            Degradação do trabalho e do ser humano (feito escravo).

2- A quem se dirige?

             - Ao mundo ferido (Cf. Roberto Romano: alerta contra a prisão das vidas solitárias);

            - Aos católicos, aos cristãos, não cristãos e agnósticos, em favor dos que foram calados;

            - Aos milhões de calados, vítimas da política em favor do poder e dinheiro que coisifica os seres humanos e anula sua consciência histórica;

3 – O que propõe?

a)     Rejeitar: - O paradigma dominante;

- Ir além dos quatro pilares da ordem mundial (Mercado – que faz da economia neoliberal o dogma de fé; Neoliberalismo -  que faz da política uma força manipuladora; Individualismo -  afirmado como expressão cultural; Devastação da natureza- que ameaça a vida no planeta);

- Controlar a força manipuladora dos meios de comunicação virtual, diabólica máquina de controle das pessoas;

- O atual sistema que impera: usa o poder como dominação (de pessoas, de classes, povos, culturas e da natureza);

- A homogeneização de hábitos que matam as diferenças culturais.

            b) Adotar uma alternativa: Que vise o bem da coletividade, para que os interesses imperiais não se sobreponham ao bem do gênero humano;

                        - Valer-se da parábola do Bom Samaritano contra a ideologia privatista do sistema econômico neoliberal que deixou milhões de seres sobrantes;

                        -  Impregnar-se de ternura e de amor ao próximo: algo do coração para chegar aos olhos, aos ouvidos e às mãos;

                        - Cultivar amabilidade e gentileza no trato com as pessoas;

                        - Fazer uma transição do paradigma do punho cerrado (do senhor que submete) para a mão aberta a gestos e sinais que nos tornam “irmãos e irmãs”;

                        - Gestos em defesa da dignidade humana;

                        - Ampliar fraternidade e amizade social diante dos ódios, das xenofobias, racismos e negação de outras pessoas;

4 – Acusações levianas contra a Encíclica

            Oriundas especialmente do interior da Igreja por setores que defendem a fidelidade à tradição e se mostram arrogantes e perversos para espalhar a divisão, como se eles fossem donos do Espírito Santo.

- Que o papa é mais comunista que Marx, Lênin e Mao;

- Que ele renunciou à identidade cristã e católica;

- Que ele abandonou o terreno seguro da Doutrina Social;

- Que ele quer acabar com Deus, com a Igreja e com a cristandade.

5 – Apostas do Papa

- Que da fraternidade religiosa pode nascer uma fraternidade universal;

- Que é viável uma revolução cultural para uma nova cultura: a cultura do encontro;

- Que todas as religiões são importantes para um processo de transição;

- Que a humanidade dos seres humanos não pode ser marginalizada pelo desamor e indiferença da neoiniquidade social;

-  Que é possível recuperar o valor universal da irmandade, da amizade e da solidariedade, começando “de baixo para cima” a gestação do bem da coletividade (diante da exploração de pessoas e de consciências feita pelo sistema vigente e pela religião do dinheiro e do varejo da “teologia da prosperidade”).

                       

 

 

                       

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