quarta-feira, 15 de agosto de 2018

OBESOS DE FACILIDADES




Distante da abnegação e austeridade,
Todos almejam a leveza e a facilidade,
Que possam diminuir esforço e pesos,
Para a suavidade de contornos ilesos.

Nada com regime austero e de dureza,
Pois a sensação bem cotada é moleza,
E o mínimo de movimentos e esforços,
Para evitar toda insônia e os remorsos.

Na digitalização que ameniza os pesos,
Aparecem mais indiretos contra-pesos,
Que vão além dos volumes exagerados,
E saturam pelos de informes digitados.

Obnubilados por nuvens de informação,
Os dedos polegares assumem a direção,
E o cérebro vazio do poder organizador,
Só gesta a fantasia de poder devorador.

No inebriar-se dos ares das informações,
Ajuntam-se calorias fora de proporções,
E evadem-se os músculos da flexibilidade,
Para deslizar nas gorduras da inatividade.

O celular ocupa toda mente e o coração,
Anelante por dedos sempre na atenção,
Para acessar a ventania de informações,
Que locupletem as inquietas obsessões.

Na fluidez das constantes informações,
A mórbida assimilação das digitações,
Seduz para conectividade progressiva,
Mas causa “infobesidade” compulsiva.

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