sexta-feira, 24 de agosto de 2018

DESVIO DE FUNÇÃO




Na incumbência de irradiar a beleza,
Da simplicidade de humana inteireza,
Escolhidos para o serviço edificante,
Tornam-se fonte bem decepcionante.

Uns são feitos meros administradores,
Outros se arvoram radicais opositores,
E enquanto nadam na auto-afirmação,
Tornam-se reféns de vulgar contradição.

Longe de alargar a genuína gratuidade,
Produzem arbitrariedades à saciedade,
Presos na observância exterior das leis,
E insensíveis ao abandono de suas greis.

No tirocínio humano-afetivo limitado,
Sobressai primário e elementar legado,
Dos traumas ativos de antigas feridas,
Que lhes absorvem as forças queridas.

Embora movidos por desejo de brilho,
Não dão os passos no projetado trilho,
Que poderiam curar as alheias feridas,
Das tantas vidas humanas denegridas.

O mundo dos humanitários pendores,
Esvaído do consolo dos seus valores,
Enche os arautos dos nobres desejos,
Com fétidos odores sem os bons ejos.

Como já não acham a fonte de Jesus,
Encontram tanta droga que os seduz,
Pois, só sorvem a água contaminada,
Da insinuação vulgar e desencantada.

Impregnados das mesmas violências,
Das banais e degradadas indecências,
Perderam a fala mansa e a humildade,
E berram rezas de conquista e vaidade.



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