segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

PERIPATÉTICOS PASSOS

 


Quando criança começa a andar,

Algo novo desperta o demandar,

E a mobiliza para deslocamento,

Em vista dum inusitado intento.

 

Em passos de humana sabedoria,

Quando se deseja real melhoria,

Os passos saem lentos e frágeis,

E com o tempo se tornam ágeis.

 

Incontáveis ordens e insinuações,

Promulgam reiteradas aspirações,

Para plena felicidade consumista,

Com bela propugnação otimista.

 

Exploram a válvula da sexualidade,

E a enaltecem à máxima felicidade,

Como o único e necessário projeto,

Ao ser humano em exitoso trajeto.

 

Ocultam na indução à dependência,

Toda a vasta alienação na dolência,

Que ceifa as vidas na flor da idade,

E não alarga sentido de alteridade.

 

Morrem indolentes na juventude,

E revelam cedo a sua decrepitude,

Porque cegos para boas dimensões,

Que lhes apontariam básicas opções.

 

Assim, nos sonhados passos de vida,

Fenecem de forma a mais denegrida,

Sem apostar em suas virtualidades,

E sequer caminhar com qualidades.

 

Experimentam tudo antes do tempo,

E só caminharam num passatempo,

Que os viciou na pornografia abjeta,

Sem desconfiar da direção concreta.

 

 

 

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