quinta-feira, 17 de junho de 2021

O REVERENDO EGOLÁTRICO

 

 

Pautado pela teologia do pano,

Vive metido a viciado chapano,

Que adora sua própria imagem,

E vive desta delirante miragem.

 

Impecável com os paramentos,

Dos tresloucados ornamentos,

Ostenta-se delirante e airoso,

Para enaltecer seu ar garboso.

 

Na sua requintada eloquência,

Dilatada na soberba eminência,

Desmancha-se nas afirmações,

Para as categóricas insinuações.

 

A vaidade sobressai evidente,

Em todo e distinto ambiente,

E sempre se coloca no centro,

Para aparecer como epicentro.

 

Com um sorriso escancarado,

Remete olhar para todo lado,

Almejando granjear simpatia,

E aparentar refinada empatia.

 

Muito rubricista e minucioso,

Revela-se perfeccionista cioso,

E vive cobrando falhas alheias,

Como se as visse de açoteias.

 

Reclama das pequenas gafes,

Que atrapalham seus estafes,

E diminuem a sua imagética,

Da rara grandeza hipotética.

 

Carece, todavia, de humildade,

E da noção de sua faculdade,

De ser um discípulo servidor,

E não um egolatra inquisidor.

 

 

 

 

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