segunda-feira, 13 de abril de 2020

CALAMIDADE E FÉ




Ao lado dos medos que se ampliam,
Junto com riscos diários se irradiam,
Também se alarga a magia religiosa,
Com a pretensão de ação prodigiosa.

Fé cultivada para pequenos tateios,
Nestes tempos dos intensos anseios,
Passa a ser substituída pelo apelo,
Bem distante do religioso desvelo.

Na larga proporção da calamidade,
Surge ostensiva e farta saciedade,
De desfile com símbolos religiosos,
Para exaltação de aparatos briosos.

Numa disputa acirrada de audiência,
Com imagético de cordial aderência,
Mediadores religiosos focam espaço,
Para enaltecerem seu próprio traço.

Movidos pelo intento de ser inusitados
Com vistas a desfrutar amplos legados,
Alguns se tornam ridículos na ousadia,
E aborrecem na fala que nada irradia.

Se o cultivo da fé desperta a firmeza,
Para lidar no momento de incerteza,
Os apelos mágicos por popularidade,
Tendem para a mórbida insanidade.












Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...