quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Uma deusa lamuriosa



Oh encantada mãe de Jesus,
Que na pequenez transluz,
Uma rica pedagogia divina,
Longe da imagética cretina.

Deduções bem fantasiosas,
De fartas obras milagrosas,
Distantes da mulher de fé,
Deturpam o inefável que é.

Afoitas em alargar os medos,
Apelam a supostos segredos,
Para fazer ingênuas induções,
Sobre o legado das aparições.

Sob as retrógradas afirmações,
Surgem textos aos borbulhões,
A prevenir possíveis horrores,
Com os mumificados fervores.

O apelo à iminente desgraça,
Pregado pela deusa sem graça,
Nada percebe que do seja bom,
Do desvelo vivido como dom.

O olhar focado na depravação,
Em vez de itinerário para ação,
Apela para praxes já superadas,
Sem força às ações desandadas.

Não se dirige nem a autoridades,
Nem às influentes notoriedades,
Para lhes dar um palpite valioso,
Para eventual gesto prestimoso.

Distante de ser uma Maria irmã,
Apela em seu choramingoso afã,
Ao combate contra os inimigos,
No clima dos combates antigos.

Da Maria ícone do rosto divino,
A acalentar o ardor pequenino,
Eleva-se aquela imagem amiga,
Desta pedagoga nada mendiga.




Nenhum comentário:

Postar um comentário

<center>ERA DIGITAL E DESCARTABILIDADE</center>

    Criativa e super-rápida na inovação, A era digital facilita a vida e a ação, Mas enfraquece relacionamentos, E produz humanos em...