Atordoados por estimulação
imensurável,
Da cultura que satura com
informações,
Anula-se o filtro de grandeza
inestimável,
Que é o silêncio para nortear as
decisões.
Este fogo abrasador de raios
reluzentes,
Que clareia o caminho e firma o
sentido,
Leva a captar dos anseios mais
ardentes,
Do que eleva para além do
pressentido.
Quando quase tudo é submetido ao
ruído,
O silêncio aparece como alarde
aterrador,
Que desvela todo o submundo
denegrido,
Anestesiado pelo ostracismo consumidor.
A diversão, o espetáculo e a
velocidade,
Exorcizam o silêncio como monstro
voraz,
E disfarçam dor, o vazio e toda
crueldade,
Na corrida da alucinação do delírio
fugaz.
No prurido colonizador das
consciências,
Abafa-se o silêncio de rara peculiaridade,
Pela sedução de publicitárias
indecências,
Consagradas como caminho de
felicidade.
A ternura, a gratuidade e a
benevolência,
Já distantes da sabedoria do bom
senso,
Acabam evadidas da humana consciência,
Sem arrostar a prodigalidade de
consenso.
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