Sagrado consumido fora do templo,
Constitui farto e relevante exemplo,
Da vendagem moralista do sagrado,
E envolve devocionismo consagrado.
Entre as muitas estruturas profanas,
Desde as nobres às mais doidivanas,
Veiculam-se objetos como sagrados,
Para os distintos e variados agrados.
Muitos slogans e gritos identidários,
Aliam-se aos interesses partidários,
Para alcance de sectários
privilégios,
Que lhes assegurem foros egrégios.
O doentio contexto armamentário,
Ignora todo sofrimento proletário,
Para arrefecer sagrado de ocasião,
Capaz de elevar medos para ação.
Encantamento pela tecnociência,
Justifica a escusada procedência,
De medos consagrados e ilibados,
Como únicos para todos os lados.
A fé indolor e sem compromisso,
Toma conta de contágio maciço,
Favorável à salvação egolátrica,
Da propalada ação democrática.
Vinda fora do ambiente religioso,
Concepção de milagre prodigioso,
Sacraliza camisetas de ideologia,
E as diviniza sob densa apologia.
No ritual sacralizador da direita,
O complexo messiânico rejeita,
Como símbolo endemoninhado,
Toda discordância ao seu legado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário