quinta-feira, 2 de setembro de 2021

CONSUMO DO SAGRADO

 

 

Sagrado consumido fora do templo,

Constitui farto e relevante exemplo,

Da vendagem moralista do sagrado,

E envolve devocionismo consagrado.

 

Entre as muitas estruturas profanas,

 Desde as nobres às mais doidivanas,

Veiculam-se objetos como sagrados,

Para os distintos e variados agrados.

 

Muitos slogans e gritos identidários,

Aliam-se aos interesses partidários,

Para alcance de sectários privilégios,

Que lhes assegurem foros egrégios.

 

O doentio contexto armamentário,

Ignora todo sofrimento proletário,

Para arrefecer sagrado de ocasião,

Capaz de elevar medos para ação.

 

Encantamento pela tecnociência,

Justifica a escusada procedência,

De medos consagrados e ilibados,

Como únicos para todos os lados.

 

A fé indolor e sem compromisso,

Toma conta de contágio maciço,

Favorável à salvação egolátrica,

Da propalada ação democrática.

 

Vinda fora do ambiente religioso,

Concepção de milagre prodigioso,

Sacraliza camisetas de ideologia,

E as diviniza sob densa apologia.

 

No ritual sacralizador da direita,

O complexo messiânico rejeita,

Como símbolo endemoninhado,

Toda discordância ao seu legado.

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