quarta-feira, 16 de setembro de 2020

MAQUININHA BEM SUCEDIDA

 

Aprimorada em longo tempo,

Como pitoresco passatempo,

Ativou o mito do progresso,

No apogeu de raro sucesso.

 

Da sua telinha pequeninha,

Feita sedutora nhoquinha,

Surgem incontáveis dados,

Dos intermináveis legados.

 

Simpática e feita boa serva,

Uma limpa e doce conserva,

Tão inteligente e confiável,

Parece uma musa inefável.

 

Com uma incrível sedução,

Sensibiliza o frágil coração,

E o seduz para submissão,

Sem nenhuma compaixão.

 

 

Distrai crianças inquietas,

Com historinhas abjetas,

Para tentar colonizá-las,

E também desfrutá-las.

 

Sua amplitude rotunda,

Produz gente corcunda,

Curvada por insistência,

De obsessiva renitência.

 

O bom entretenimento,

Com o aprazível alento,

Coloniza para consumo,

E obscurece o aprumo.

 

Com a sutil inteligência,

Produz a dependência,

E a obsessão de clicar,

Sem algo a comunicar.

 

A síndrome da carência,

Rouba o sono e potência,

Pois quer toda a atenção,

Para a sua apresentação.

 

Acelera toda liquidação,

Para ilimitada aquisição,

Mas sucateia o planeta,

E faz o humano maneta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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