Sob o gosto das rezas intimistas,
Fervem sortilégios triunfalistas,
Mas, somem olhares amorosos,
E procedimentos esperançosos.
Cuidado, termo sumido da fala,
Do discurso que tanto propala,
Progresso e avanço ilimitado,
Acaba proliferando um enfado.
Na esperança do agir mágico,
De um Deus neste rol trágico,
Espera-se que mude o estrago,
Feito por um desumano frago.
Esqueceu-se da espiritualidade,
Imbricada com nossa realidade,
Biológica e também sociológica,
Numa inter-atuação pedagógica.
A espiritualidade sem ambiente,
Sem casa como lar compadecente,
Perde o vínculo com a Mãe-Terra,
E inserção na riqueza que encerra.
Sem o cuidado e devido respeito,
Este antropocentrismo no peito,
Centraliza o indivíduo no mundo,
E torna o entendimento iracundo.
Sumido todo relacionamento ético,
Conta apenas o ostensório estético,
Que, em nada valoriza a cooperação,
Mas, absolutiza a lei da competição.
Assim, a espiritualidade para o
além,
Que ao nosso sistema tanto convém,
Não une e em nada reúne no cuidado,
E nem se abre ao diferente
inusitado.
Produz fé intimista, nada
acolhedora,
Que obcecada numa ação demolidora,
Quer ajuda divina com generosidade,
E desestabiliza o planeta à
saciedade.
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