quarta-feira, 10 de abril de 2019

QUARTUS HOMINEM




Um lugar para tudo,
Múltiplo, sobretudo,
Centraliza toda lida,
Numa ânsia querida.

Lugar de intimidade,
 Gênese da bondade,
O recinto do quarto,
Virou nocivo e farto.

Refúgio para dormir,
Bom para se divertir,
Ali tudo é permitido,
E até bem escondido.

Sede do computador,
Para conexão da dor,
E compartilhamento,
Do sofrido desalento.

Ali, vícios depravados,
Vagueiam desandados,
Com toda pornografia,
Para uma triste porfia.

Reino do Deus prazer,
E altar de vasto lazer,
Derruba a vitalidade,
E devora a liberdade.

O deleite da solidão,
Engole toda retidão,
Atordoando a mente,
Sob o ideário doente.

O homem do quarto,
Em denegrido parto,
Gera uma depressão,
Da genuína condição.

Sem filtros atentos,
Os acontecimentos,
Espalham na mente,
A confusão doente.

Delírios e fantasias,
Consomem os dias,
No tédio aturdido,
Do rumo perdido.



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