Tão evidente e indesejada,
Gera reação não planejada,
E remete a olhar atencioso,
Para o ato de fé auspicioso.
Mais que lógica e evidente,
Indica na situação iminente,
O horizonte para a angústia,
Como contagiante moléstia.
Revela a total incapacidade,
Da aquilatada religiosidade;
Desperta raiva com tristeza,
E desampara, sem presteza.
Produz tanta dor e lamento,
Sem fornecer deferimento,
Para esticar amarga penúria,
Mesmo com sofrida lamúria.
Produz clamores insistentes,
Com desejos muito ardentes,
Para a protelação do colapso,
Ante o tão esmilingüido lapso.
Desperta medo tão aterrador,
Dum julgamento perpetrador,
A dizer que escolhas na vida,
Desviaram a rota pretendida.
Evidencia a condição humilde,
Do valente e enganoso molde,
Que preteriu a relação fraterna,
E roubou a perspectiva eterna.
Leva a externalizar o lamento,
Da negação do acontecimento,
Para culpar a maldade de Deus,
Sem admitir um gesto de adeus.
Teima-se, então, na barganha,
Da causa desta ação estranha,
Supondo a explicação do fato,
Como solução do estranho ato.
No luto passivo fica ignorado,
Um poder que o emaranhado,
Tem para direcionar a atenção,
Visando a dolorosa reinvenção.
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