Não vem de pessoas na intimidade,
Nem das exultações de felicidade;
Tampouco das ocasiões de parto,
Ou de secretas brigas em quarto.
É gemido angustiado e profundo,
Que fervilha com ronco iracundo,
Advindo do rico húmus da terra,
A clamar contra absurda guerra:
Não somente a das armas letais,
E de arrogâncias contra vegetais,
Mas a da obsessão pelos fósseis,
E fome de devastadores mísseis.
É o gemido dos sistemas de vida,
Objetos da felicidade prometida,
Para a acumulação devastadora,
Insensível a mudança inovadora.
Qual monstro a engolir seu rabo,
E morrer no seu próprio estrabo,
Neo-feudais do tempo hodierno,
Fazem da vida humana o inferno.
Colocaram-se no lugar do Criador,
E perversos no plano agenciador,
Querem submeter vasto mundo,
A mórbido desejo nauseabundo.
Seu poder movido pelos desejos,
Desprovido dos éticos lampejos,
Forja-os em mortais predadores,
Sem captar a vastidão das dores.
Insensíveis a sofrimento humano,
Revelam à natureza o pífio plano,
De tudo transformar e escravizar,
Para seu psicótico estado realizar.
Vivem do subsolo e da rica mata,
E deles sugam na maldade pirata,
Até o necessário para sobreviver,
Sem aprender, com eles conviver.
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