sexta-feira, 28 de junho de 2024

GEMIDO ESTRANHO

 

 

Não vem de pessoas na intimidade,

Nem das exultações de felicidade;

Tampouco das ocasiões de parto,

Ou de secretas brigas em quarto.

 

É gemido angustiado e profundo,

Que fervilha com ronco iracundo,

Advindo do rico húmus da terra,

A clamar contra absurda guerra:

 

Não somente a das armas letais,

E de arrogâncias contra vegetais,

Mas a da obsessão pelos fósseis,

E fome de devastadores mísseis.

 

É o gemido dos sistemas de vida,

Objetos da felicidade prometida,

Para a acumulação devastadora,

Insensível a mudança inovadora.

 

Qual monstro a engolir seu rabo,

E morrer no seu próprio estrabo,

Neo-feudais do tempo hodierno,

Fazem da vida humana o inferno.

 

Colocaram-se no lugar do Criador,

E perversos no plano agenciador,

Querem submeter vasto mundo,

A mórbido desejo nauseabundo.

 

Seu poder movido pelos desejos,

Desprovido dos éticos lampejos,

Forja-os em mortais predadores,

Sem captar a vastidão das dores.

 

Insensíveis a sofrimento humano,

Revelam à natureza o pífio plano,

De tudo transformar e escravizar,

Para seu psicótico estado realizar.

 

Vivem do subsolo e da rica mata,

E deles sugam na maldade pirata,

Até o necessário para sobreviver,

Sem aprender, com eles conviver.

 

 

 

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