domingo, 2 de junho de 2024

ESTETIZAÇÃO DO SAGRADO

 

 

A cada dia mais inovada,

Nossa dimensão sagrada,

Entra num rol de estética,

Sob o “divino” sem ética.

 

Na vestimenta chamativa,

Faz-se inusitada invectiva,

Para atrair os fiéis devotos,

E prender olhares ignotos.

 

Nada encanta Igreja pobre,

Mesmo sob a causa nobre,

Da valorização dos últimos,

Sob mediadores legítimos.

 

Na sacralidade inacessível,

Ocultada por roupa visível,

Alimenta-se vício de poder,

Com o exotérico proceder.

 

Vistoso incenso e aparato,

No vestuário nada barato,

Atrai consumo de imagem,

Que deturpa a mensagem.

 

Frívolo a humanos anseios,

Esnobação com  baboseios,

Inverte mensagem religiosa,

E afirma condição poderosa.

 

Excessos de liturgias solenes,

Sem os simbolismos perenes,

Elevam portfólio privilegiado,

Sem rumo do religioso legado.

 

Parasitas de imagético consumo,

Engolem com seu próprio rumo,

Função descartável do discurso,

Com seu itinerário de percurso.

 

Pregam a si mesmos no ardor,

Sem espiritualidade, e pudor,

E ampliam o vazio existencial,

Na espetacularização triunfal.

 

Alargam corações mesquinhos,

Fechando solidários caminhos,

Para interioridade de interesse,

Sem ação de humano benesse.

 

 

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