sexta-feira, 21 de junho de 2024

MULHERES CATÓLICAS EM MINISTÉRIO ORDENADO

 


Cosmovisão de tempos distantes,

De cérebros patriarcais diletantes,

Forneceu a argumentação teórica,

Para ininterrupta defesa categórica:

 

O ministério ordenado privilegiado,

É para um seleto grupo prestigiado,

Do gênero masculino heterossexual,

Advindo da instância sobrenatural.

 

Se Deus faz escolhas apenas pessoais,

Para a investidura das ordens sacrais,

Não depende do desejo das mulheres,

Um direito de partilhar tais caracteres.

 

O apelo insistente, mesmo dissonante,

Forma uma volumosa voz altissonante,

Para justificar a tal “reserva masculina”,

No exercício da função nada feminina.

 

Rigidez neural segue rígida a empurrar,

A condição feminina a qualquer lugar,

Negada de presidir e celebrar no altar,

Pois seu lugar é no assento se aquietar.

 

Sem uma argumentação antropológica,

Nem mesmo a razão genuína teológica,

Perscruta de livros tidos como sagrados,

Estes direitos absolutos de consagrados.

 

Do tanto já escrito, falado e propalado,

Nada move um raciocínio estruturado,

Para alterar estranha regalia masculina,

E lhe sorver uma parcela de adrenalina.

 

Resta aferir como tanta fixação de poder,

Amealhado, sem em nada se arrepender,

Exclui numa frieza calculista e insensível,

Quem poderia acalantar mundo passível.

 

A opção sexista, altamente excludente,

Escancara argumentação descontente,

Da discriminação à valioso sacramento,

Sem discernir função de um estamento.

 

 

 

 

 

segunda-feira, 17 de junho de 2024

NOVA TRINDADE SACROSSANTA

 

 

Sob incomum missionariedade,

Veicula para toda a sociedade,

Deus prodigioso de proventos,

Para montanhas de alimentos.

 

Profetas apregoam categóricos,

Paraísos milagrosos e retóricos,

Para a felicidade humana plena,

Com acumulação farta e serena.

 

O deus deste presumido milagre,

Age com gases sobre o almagre,

E produz circularidade trinitária,

Duma estufa calórica planetária.

 

É o deus do dióxido de carbono,

Com adorado efeito de metano,

Engrandecido pelo óxido nitroso,

A oferecer um alimento suntuoso.

 

Com seu potencial, virou deus fogo,

A viver do ozônio, bom mistagogo,

Que adora o esterco e o agrotóxico,

Como ação eficaz de humor tóxico.

 

Tão bem proclamado pelos efeitos,

De adubos nitrogenados perfeitos,

Faz hominídeos arfar ares ofegantes,

Com as agroecologias estonteantes.

 

Voz sólida e categórica da fortuna,

Não se sente em nada inoportuna,

Para exaurir a última gota de vida,

Favorável a poderes sem medida.

 

Esta trindade, já insensível à vida,

Alimenta uma ambição desmedida,

Que tudo contamina para produção,

Mesmo que custe humana condição.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

RELIGIÃO POLITIZADA

 

 

Herdada do velho maniqueísmo,

Argumenta o obstinado cinismo,

Da força de polos do bem e mal,

E cabe ao religioso ser o triunfal.

 

Outra herança indevida de ação,

Vem traduzida de bíblica noção,

Para a ordem divina de crescer,

No exercício do domínio do ser.

 

Ótimas fontes para argumentar,

E teologia do domínio sustentar,

Saiu o enlace reconstrucionista,

Com uma missão pentecostalista:

 

O mal avançou no meio do bem,

E se alastrou mais que convém;

O bem carece de ação salvadora,

Requerendo a missão redentora.

 

Tensões a ameaçar estabilidade,

Muito distante da justa paridade,

E medo duma nova ordem social,

Incitam para um combate triunfal.

 

O inimigo tem que ser eliminado,

E a batalha do espiritual legado,

Deve assegurar a ordem vigente,

Para o bem do Deus onipotente.

 

Fixação na ideia reconstrucionista,

No elã do paradigma salvacionista,

Justifica o combate ao adversário,

Que pode mudar status ordinário.

 

Sem a justiça segundo Jesus Cristo,

Os coronéis da fé do reino previsto,

Aplicam para os nobres interesses,

A guerra santa para suas benesses.

 

Discursos enfáticos e conservadores,

Nacionalistas, de ódio aos pecadores,

Estimulam guerra para salvar a base,

Da caduca e privilegiada cristandade.

 

Com meta de tirar o diabo do poder,

Fazem de tudo para se ensandecer,

E condecorar os ungidos do Senhor,

Na missão de governar com fervor.

 

A missão restauradora requer tarefa,

Da mediação política contra catrefa,

E dar ao poder religioso a condução,

Da vida pública e social duma nação.

 

Meta de bases cristãs para o planeta,

Sem as diabruras do inimigo capeta,

Move na ideologia política-religiosa,

Vistosa animação de cura prodigiosa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 12 de junho de 2024

FRAQUEZA DO MEU VOTO

 

 

Nem como direito democrático,

E sequer como fito aristocrático,

O propósito voluntário de apoio,

Me induz a manipulado conluio.

 

Sem a representatividade votada,

A minha expectativa oferendada,

Esvaziada de valorada esperança,

É sufrágio em jogo de lambança.

 

Candidatos bajuladores e afoitos,

Adoçados, macios como biscoitos,

Oferecidos para serem deglutidos,

Querem ensejar vibrantes alaridos.

 

Mais do que apontar para esperança,

Enaltecem sua prestimosa liderança,

Para merecer almejado voto na urna,

E mudar o status da sua lida diuturna.

 

O aspecto ideológico do seu partido,

Fica oculto, subvertido e indefinido,

Para assegurar que a pessoa votante,

Aprecie a sua fala meiga e petulante.

 

Imagética artística do seu “santinho”,

Oferece a generosidade com carinho,

De quem se faz uma dádiva oblativa,

Com vigilância atenciosa e sensitiva.

 

Sabe prometer tudo que mais agrada,

Para vencer a adversidade lambada,

E implantar novo tempo próspero,

Sem nenhum contratempo áspero.

 

O recurso infalível para enlevação,

Vem da mídia em disparada ação,

Da última novidade comunicativa,

Através da infalível prerrogativa:

 

Exaustiva veiculação a desinformar,

Com as notícias falsas para alarmar,

Definem a opção veiculada na mídia,

Do dogma negacionista de perfídia.

 

Nem fatos, nem as questões sociais,

Ou produção, e fatos emergenciais,

Aliados aos descalabros climáticos,

Desintoxicam mentirosos enfáticos.

 

A serviço do novo tecnofeudalismo,

Cruel, injusto e no pérfido cinismo,

Agem as empresas de comunicação,

Assegurando domínio e sustentação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 3 de junho de 2024

CELEBRAÇÃO ENTEDIANTE

 


 

Sob um aporte seguro e rigoroso,

De velho essencialismo suntuoso,

Faz-se do valioso rito celebrativo,

Ato rubricista não comemorativo.

 

Desprovido do fervor da tradição,

Prende-se a rigorismo da função,

Para executar magia de exatidão,

Como sendo divina manifestação.

 

Sem o memorial de fato passado,

Um detalhismo ritual estouvado,

Enterra com a razão da memória,

Esperança da celebração notória.

 

Bricolagem de aparatos e enfeites,

Em nada significativo para deleites,

Produz tédio e sentimento apático,

Que sequer gera humor simpático.

 

Um modo impessoal e mecânico,

Não aponta itinerário messiânico,

E estática que mata a simbologia,

Passa muito distante da cortesia.

 

Sem espaço para o testemunho,

O relacionamento acaba grunho,

Sem mediação para ação criativa,

E sem pista para boa expectativa.

 

O foco centralizado nas rubricas,

Produz as celebrações talaricas,

De mera estampa para distração,

Sem mensagens para boa ação.

 

Já não conta o testemunho vivo,

Deste Jesus de Nazaré distintivo,

Mas evidencia-se especial apreço,

Do formalismo a exaltar adereço.

domingo, 2 de junho de 2024

ESTETIZAÇÃO DO SAGRADO

 

 

A cada dia mais inovada,

Nossa dimensão sagrada,

Entra num rol de estética,

Sob o “divino” sem ética.

 

Na vestimenta chamativa,

Faz-se inusitada invectiva,

Para atrair os fiéis devotos,

E prender olhares ignotos.

 

Nada encanta Igreja pobre,

Mesmo sob a causa nobre,

Da valorização dos últimos,

Sob mediadores legítimos.

 

Na sacralidade inacessível,

Ocultada por roupa visível,

Alimenta-se vício de poder,

Com o exotérico proceder.

 

Vistoso incenso e aparato,

No vestuário nada barato,

Atrai consumo de imagem,

Que deturpa a mensagem.

 

Frívolo a humanos anseios,

Esnobação com  baboseios,

Inverte mensagem religiosa,

E afirma condição poderosa.

 

Excessos de liturgias solenes,

Sem os simbolismos perenes,

Elevam portfólio privilegiado,

Sem rumo do religioso legado.

 

Parasitas de imagético consumo,

Engolem com seu próprio rumo,

Função descartável do discurso,

Com seu itinerário de percurso.

 

Pregam a si mesmos no ardor,

Sem espiritualidade, e pudor,

E ampliam o vazio existencial,

Na espetacularização triunfal.

 

Alargam corações mesquinhos,

Fechando solidários caminhos,

Para interioridade de interesse,

Sem ação de humano benesse.

 

 

COMUNICAÇÃO DA NATUREZA

 

 

Apresenta orquestra de clamores,

Com o berro dos feridos humores,

Das organizações vivas do planeta,

No seu toque fúnebre de trombeta.

 

Águas, montanhas e várzeas feridas,

Por vorazes mãos humanas abatidas,

Choram prantos de dor e sofrimento,

Sem sensibilizar um humano alento.

 

Cega impostura política e econômica,

De uma iluminista ambição sistêmica,

Insensibiliza os humanos adoentados,

Para perceber clamores desesperados.

 

Assim, seguem na obstinação mórbida,

De exploração irresponsável e sórdida,

Sem a empatia e cordial solidariedade,

Com sistemas de vida em precariedade.

 

Sem a percepção de novo paradigma,

A teimosia em sacralizar falso estigma,

Gera variadas doenças sócioambientais,

Que já inibem os sadios estados mentais.

 

Nesta patologia da ambição progressista,

Criam-se leis com a justificativa fascista,

Para extrair e sugar da imensa natureza,

A ínfima condição viva da sua inteireza.

 

Neste relacionamento tão interesseiro,

Não se ouve o intenso grito sorrateiro,

Da linguagem advinda do vasto sistema,

Apelando à simbiose de bom emblema.

 

Enquanto o vasto processo de produção,

Aponta para a mortal e lesiva destruição,

Sob uma adoração do deus agronegócio,

Come-se mineração para render negócio.

 

Sob as dores das biodiversidades dos rios,

Expressam-se apelos aos humanos brios,

Para projetar uma prosperidade de vida,

Com sensível respeito à natureza ferida.

<center>MULHERES CATÓLICAS EM MINISTÉRIO ORDENADO</center>

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