Cosmovisão de tempos distantes,
De cérebros patriarcais diletantes,
Forneceu a argumentação teórica,
Para ininterrupta defesa categórica:
O ministério ordenado privilegiado,
É para um seleto grupo prestigiado,
Do gênero masculino heterossexual,
Advindo da instância sobrenatural.
Se Deus faz escolhas apenas pessoais,
Para a investidura das ordens
sacrais,
Não depende do desejo das mulheres,
Um direito de partilhar tais
caracteres.
O apelo insistente, mesmo dissonante,
Forma uma volumosa voz altissonante,
Para justificar a tal “reserva
masculina”,
No exercício da função nada feminina.
Rigidez neural segue rígida a
empurrar,
A condição feminina a qualquer lugar,
Negada de presidir e celebrar no
altar,
Pois seu lugar é no assento se
aquietar.
Sem uma argumentação antropológica,
Nem mesmo a razão genuína teológica,
Perscruta de livros tidos como
sagrados,
Estes direitos absolutos de
consagrados.
Do tanto já escrito, falado e
propalado,
Nada move um raciocínio estruturado,
Para alterar estranha regalia
masculina,
E lhe sorver uma parcela de
adrenalina.
Resta aferir como tanta fixação de
poder,
Amealhado, sem em nada se arrepender,
Exclui numa frieza calculista e
insensível,
Quem poderia acalantar mundo passível.
A opção sexista, altamente
excludente,
Escancara argumentação descontente,
Da discriminação à valioso
sacramento,
Sem discernir função de um estamento.