terça-feira, 22 de outubro de 2024

DOMINAÇÃO CULTURAL

 

 

Antigas guerras, como fenícias e espartanas,

Ampliaram-se nas táticas gregas e romanas,

Para submeter povos invadidos à sua crença,

E explorá-los economicamente na pertença.

 

O submetido, ao pensar ideia do dominador,

Submetia-se passivamente a jogo enganador,

E feito um fraco na reação à ordem mandante,

Adotava mentira de sonho para vida diletante.

 

Na dominação cultural de nossos tristes dias,

Canta-se a glória da intimidade em melodias,

Para que sonhem com estripulias nas camas,

E nem sequer percebam cibernéticas tramas.

 

Os já reduzidos e seletos ricos e poderosos,

Fazem da vida de aventureiros escabrosos,

Sonho dos pobres esmilingüidos e pacatos,

Para largo consumo de produtos caricatos.

 

Divulgam sobre o que interessa ao acúmulo,

Mesmo se leva mundão de pobre ao túmulo,

Asseguram amplo estilo de vida consumista,

Para garantir a ascensão rompante e elitista.

 

O recurso de maior resultado é o da mentira,

Repetida exaustivamente para pobre caipira,

Com insistente negacionismo para a facilidade,

Gera vida sem a ação para mudar a sociedade.

 

Assim, o capitalismo de rapinagem controlada,

Faz do capital financeiro a invasão desandada,

Para consagrar um tecnofeudalismo perverso,

Sem encontrar resistência no mundo disperso.

 

Sem resistência à espoliação de mato e terra,

O agronegócio envenena o planeta e prospera,

Porque os intelectuais a serviço dos hiper-ricos,

Ambicionam ficar por cima dos pobres nanicos.

 

 

 

terça-feira, 15 de outubro de 2024

PRAXES HABITUAIS

 

 

Múltiplos hábitos fazem bem à vida,

Oferecem-lhe amparo com guarida,

E dão o doce sabor da estabilidade,

Para se fruir a genuína identidade.

 

Sentado todo dia no mesmo lugar,

Diante da paisagem sem subjugar,

Contemplo o capricho da natureza,

Na sua demonstração de inteireza.

 

Sentar-se no mesmo lugar da mesa,

Servir-se com objetos de singeleza,

Lembram gestos simples e valiosos,

Dos doadores e apreços atenciosos.

 

Assim, café gostoso na velha xícara,

Remete a afeição sem falsa máscara,

E que na sintonia gera ritual festivo,

Que faz valioso o ato comemorativo.

 

Rituais diários advindos dos hábitos,

Sempre voltam a reativar os débitos,

De sentimentos gratos e bons gestos,

Para viver sem intrigas, nem doestos.

 

Sob a doença capitalista da produção,

Reina lida escrava da superprodução,

Que aumenta voracidade hiper-real,

E mata a dimensão simbólica ritual.

 

Sem ritualizações com simbologias,

Prevalecem as fanáticas apologias,

A focar poder e a sua precedência,

Venenos para a razão da existência.

 

Produzir muito para consumir mais,

Torna dias e eventos festivos iguais,

Na rotina obcecada pela felicidade,

De comprar e consumir à saciedade.

 

Hábito cotidiano e variados rituais,

Regam sentido da vida com sinais,

Para elevar na grandeza humana,

Preciosa cordialidade que irmana.

 

 

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

MORTE LACÔNICA DAS REGRAS

 

 

Tidas pelo conteúdo de verdade,

Regras da elevação de civilidade,

Primavam pela boa convivência,

Na ordem da rígida observância.

 

Como crianças extrapolam ordens,

Jovens se firmam em contraordens,

Adultos ignoram leis estabelecidas,

E focam precedências envaidecidas.

 

No desejo de perpetuar seu poder,

Forçam adversário a se escafeder,

Desrespeitam o seu dote genuíno,

Para prosperar no próprio desatino.

 

Fato elucidativo ocorre com guerras,

Proibidas, cortam como motosserras,

Ignoram natureza, vidas e pertences,

Para procrastinar em funestos lances.

 

Opção por matar e eliminar inimigos,

Sem tolerar culpa, limites e castigos,

E sem respeito a instância superior,

Leva à livre ação do suposto terror.

 

Parece que tudo quanto é proibido,

Torna-se mais atraente e preferido,

Para ser efetuado com pleno direito,

Desprovido de culpa pelo mal feito.

 

Ante possível e eventual condenação,

Existe recurso de defesa e protelação,

Para que nenhuma sanção se efetive,

E nada se cumpra para o seu declive.

 

Como o niilismo come as leis vigentes,

Comandantes de guerra são exigentes,

Para eliminar friamente os adversários,

E reduzi-los ao nada por serem otários.

 

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

LUCROS POLPOSOS

 

 

A vetusta procrastinação humana,

Adorada, mesmo que seja insana,

Associa a felicidade com os lucros,

Vindos de disfarçados simulacros.

 

Importa que todo objeto rendoso,

Produza crescimento e largo gozo,

E quaisquer meios devem facilitar,

O desejo mórbido por conquistar.

 

As guerras, tão centrais na mídia,

Revelam uma abominável perfídia:

Que vidas humanas só importam,

Para atiçar ódio que não suportam.

 

Ao apelarem às sofisticadas armas,

O lucro com as pessoas estafermas,

Gera o apreciável retorno de renda,

A partir do largo consumo da venda.

 

Quanto mais armamento detonado,

Mais este consumo pré-estimulado,

Assegura um farto e polpudo lucro,

Com a perspectiva dum sobrelucro.

 

Nesta produção de armas de morte,

Não importa valor da humana sorte,

Mas o que gera fartura de dinheiro,

Com um perverso processo grileiro.

 

Pessoas estimuladas a se trucidarem,

Vítimas inocentes da cruel rapinagem,

Dão menos lucro que armas de morte,

E a sua supremacia na humana sorte.

 

Uns morrem para ambição de outros,

E sob os condicionamentos sinistros,

Pouco agregam a armas sofisticadas,

Mas rendem às fábricas incivilizadas.

 

 

 

 

<center>OBSESSÃO POR POSSE</center>

    No vale-tudo pelo que uma pessoa quer, Já não reina o respeito e limite qualquer, Nem importam genuínas lidas humanas, Ante as a...