quarta-feira, 2 de outubro de 2024

LUCROS POLPOSOS

 

 

A vetusta procrastinação humana,

Adorada, mesmo que seja insana,

Associa a felicidade com os lucros,

Vindos de disfarçados simulacros.

 

Importa que todo objeto rendoso,

Produza crescimento e largo gozo,

E quaisquer meios devem facilitar,

O desejo mórbido por conquistar.

 

As guerras, tão centrais na mídia,

Revelam uma abominável perfídia:

Que vidas humanas só importam,

Para atiçar ódio que não suportam.

 

Ao apelarem às sofisticadas armas,

O lucro com as pessoas estafermas,

Gera o apreciável retorno de renda,

A partir do largo consumo da venda.

 

Quanto mais armamento detonado,

Mais este consumo pré-estimulado,

Assegura um farto e polpudo lucro,

Com a perspectiva dum sobrelucro.

 

Nesta produção de armas de morte,

Não importa valor da humana sorte,

Mas o que gera fartura de dinheiro,

Com um perverso processo grileiro.

 

Pessoas estimuladas a se trucidarem,

Vítimas inocentes da cruel rapinagem,

Dão menos lucro que armas de morte,

E a sua supremacia na humana sorte.

 

Uns morrem para ambição de outros,

E sob os condicionamentos sinistros,

Pouco agregam a armas sofisticadas,

Mas rendem às fábricas incivilizadas.

 

 

 

 

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